sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Cheiro de chocolate
  Era outono, as folhas já se espalhavam pelo chão só esperando a neve chegar, antes de acordar eu já sentia o cheiro do maravilhoso chocolate quente da minha avó, nem me lembrava da escola, levantava pensando em tomar o chocolate bem quentinho.  Eu já sabia o que iria acontecer, meu primeiro dia de aula no colegial mais parecia uma visita a uma tribo indígena, a maioria me olhava com ar de curiosidade, como se eu fosse um ser de outro planeta, os meninos me olhavam como se eu fosse uma carne suculenta, pareciam hienas famintas, e as meninas simplesmente ricocheteavam com a cabeça ao encontrarem com o meu olhar. Pensei que com o tempo isso tudo iria mudar. Enganei-me. Minha dificuldade de relacionamento e minha timidez fizeram com que esse desajuste permanecesse durante todo o primeiro semestre.
   Somente meu diário sabia da minha angústia, queria eu poder fazer parte de algum grupo e deixar de ser uma deslocada, depois de um tempo comecei a me sentir uma joaninha em um formigueiro. Contudo nada é tão ruim que não possa piorar. Certo dia, depois do almoço, sentei debaixo de uma árvore, comecei a ler meu diário e dormi, quando acordei percebi que ele já não estava mais comigo. Chorei o resto do dia e fui pra casa pensando no que poderiam fazer com meu diário e nos motivos para terem tirado de mim, não queria que as pessoas soubessem da minha vida nem que lessem meus poemas, e não conseguia parar de chorar, foi horrível.
   Todavia as coisas haviam de mudar, no outro dia, logo que cheguei à escola fui abordada por um menino alto forte, bonito, as meninas sempre falavam, mas nunca tinha me aproximado menos de 5 metros dele. Ora, nada é tão bom que não possa melhorar. Ele estava segurando a mochila com o braço flexionado até os ombros mostrando que músculos não lhe faltavam, e na outra mão meu diário. Disse-me que seu nome era Calvo e que tinha encontrado aquele diário no banheiro dos meninos, disse também que não leu muito, somente o suficiente para saber a quem ele pertencia. Logo em seguida percebeu que eu estava atônita e estendeu o braço para devolver-me o diário. Peguei-o, agradeci, e sai, mais uma vez minha vergonha falou mais alto.
   No dia seguinte não conseguia pensar em outra coisa a não ser em Calvo, as primeiras aulas antes do intervalo eu nem vi passar, parecia que eu estava em transe todo esse tempo. Só fui pensar em outra coisa quando senti o cheiro do lanche do intervalo, estava com muita fome e precisava repor as energias para poder sonhar um pouco mais com Calvo. Peguei a merenda e fui sentar em uma mesa isolada como de costume, quase que o arroz saiu pelo meu nariz quando Calvo apareceu repentinamente perguntando se poderia sentar-se ao meu lado, só consegui assentir com a cabeça. Foram alguns segundos estranhos de hesitação até ele começar a falar:
– Queria me desculpar por ter lido seu diário, deveria tê-lo deixado no achados e perdidos, mas não pude me conter quando percebi a suavidade e a elegância de sua escrita, sem falar que sua letra é muito bonita também.
Quando percebeu que eu ainda não havia criado coragem pra falar, ele continuou:
– Sabe, eu estou no terceiro ano e fui escolhido para ser orador durante a formatura, talvez você possa me ajudar com o discurso.
– Eu? Ajudar-te? – balbuciei.
– Sim, mas se você não puder, entenderei perfeitamente, ainda temos seis meses, há tempo de sobra para eu encontrar outra pessoa.  – disse displicentemente.
– É que sua forma de escrever era exatamente o que eu estava procurando, algo despojado, moderno, um pouco mais livre das linguagens tradicionais. – explicou cautelosamente.
   Pensei se tudo aquilo era real. Como um dos garotos mais bonitos e populares da escola estava pedindo a minha ajuda para algo? Recobrei a consciência e falei pela primeira vez com o pouco de franqueza que possuía:
– Eu posso te ajudar sim, sem problemas.
– Muito obrigado ... – hesitou.
– Geovana  –  Completei.
– Obrigado mesmo Geovana, continuemos mantendo contato. – Finalizou levantando-se da mesa e saindo.
   Senti que meu mundo começara a mudar, enchi meu diário de adesivos de coração, cupidos e estrelas, ia todos os dias pra escola cantarolando e assoviando como uma gazela saltitante sem ligar para risadas alheias. Apesar de minha timidez e insegurança terem aumentado, me sentia bem comigo mesma, tinha a esperança de poder fazer amizade com Calvo visto que ele sempre me cumprimentava quando nos encontrávamos, e vinha falar comigo duas vezes na semana durante o almoço.
   E assim se passaram três meses, nesse tempo Calvo passara a falar comigo todos os dias e inclusive me acompanhou até em casa algumas vezes. Ele se propôs a me ajudar a ser mais desinibida, segundo ele eu deveria superar minha timidez para poder me relacionar melhor com as pessoas. Calvo também achava que eu deveria ser escritora, e chegou até a rir uma vez de alguma coisa que eu disse, na verdade eu nem queria ser engraçada, eu estava confusa. Os dias estavam no inverno, mas meu coração estava no verão.
   Mas como toda calmaria é precedida de uma grande tempestade, a primavera viria aflorar uma desgraça sem igual. Resolvi abrir meus sentimentos para Calvo, disse a ele absolutamente tudo o que sentia, fui ingênua. Ele me disse que eu tinha me equivocado, que eu havia confundido algumas coisas e que ele não queria que o nosso relacionamento passasse de amizade. Disse também que faltavam somente três meses para a formatura e que possivelmente não nos veríamos mais depois disso, pretendia ir para outro país.
   Eu via meu mundo desmoronar mais uma vez em cima da minha cabeça, o sentimento de culpa difundido com frustração por ter me entregado me tomava todas as noites, era difícil parar de chorar. É claro que em frente a ele nada mudou, acabei descobrindo minha vocação para ser atriz. Mal tive tempo de pensar em tirar alguma lição disso e já apontava mais uma onda no meu mar de lágrimas. Calvo já estava rouco a algumas semanas, pensamos que era algum resfriado ou coisa do tipo, antes fosse, Calvo foi diagnosticado com um câncer na laringe e segundo os médicos ele perderia a voz dentro de 2 meses. Obviamente essa doença o derrubou profundamente em depressão, dificilmente ele conseguiria fazer a oratória da formatura.
   Encontrei-me em uma situação de total desamparo, queria ajudar Calvo mas naquele momento eu não poderia fazer nada. Ainda me sentia receosa em demonstrar qualquer afeto por ele. Calvo estava tão focado na formatura, estava quase decorando o discurso por completo e, subitamente, tudo fora interrompido. Depois de algumas semanas, Calvo voltou a frequentar as aulas, pude conversar com ele e, dessa vez, ficamos mais próximos do que nunca.
   Misteriosamente as pessoas começaram a se afastar de Calvo, porém eu sempre o confortava e o deixava feliz contando histórias do meu diário. Não pensávamos nos motivos torpes pelos quais as pessoas se afastaram, estávamos muito unidos e parecia que nossa amizade preenchia qualquer buraco formado pela doença. Eu me sentia confortável com aquela situação, não era bem o que eu queria mas estar perto dele me fazia bem e isso era o que importava pra mim.
   Fazia algum tempo que Calvo tentava me desinibir, insistia ele que eu tinha potencial e queria me ajudar a superar minha timidez, dizia que uma hora ou outra eu precisaria me impor à sociedade. Porém eram somente conselhos e previsões, ainda não tinha estado em uma situação em que ficar calada não fosse uma opção. E foi pensando assim que tomei mais um baque quando Calvo, astutamente, escreveu em um papel:
-Conversei com o Diretor e ele concordou em tornar você a oradora da formatura esse ano. Possivelmente não poderei falar com perfeição, mas estarei ao seu lado. Você está pronta.
– Mas... eu não... –sem sucesso, tentei formar uma frase.
   Já estava sentindo as conversas paralelas que permeavam o silêncio da multidão aguardando minhas palavras durante a o discurso da formatura. Tentando me acalmar, Calvo prosseguiu escrevendo:
-Ninguém conhece as falas melhor do que você, faltam poucos dias para a formatura e não há tempo para procurar outra pessoa, e mesmo se achássemos alguém, não teria tempo para decorar o discurso. O diretor não quer um aluno lendo e sim discursando.
   Comecei a perceber que não teria saída. Teria que lutar contra minha timidez, Calvo contava comigo e eu não queria decepciona-lo.
–Tudo bem Calvo, farei o possível.
   Ele me abraçou fortemente e por três segundos me senti dentro de um mundo completamente novo. Seu cheiro era doce e amadeirado e seus braços me envolviam de forma a limitar meus movimentos e sua respiração me fez perceber que não era só o frio que podia me arrepiar. Naquele momento já não pensava mais em formatura alguma, já não pensava mais em nada.
   Os dias que se seguiram foram repletos de sentimentos que não poderiam ser catalogados nem mesmo por mim. Minha relação com Calvo estava mais próxima do que nunca, portanto estava feliz por isso. Porém essa proximidade com Calvo se traduziria em um final em que eu teria que me comunicar com mais pessoas em um dia do que eu falara a vida toda. Por mais que Calvo tentasse me ajudar de todas as formas possíveis, sentia que para que tudo saísse bem eu teria que mudar minha forma de pensar minha forma de ser e isso não seria nada fácil.
   Minha relação com Calvo ficou tão próxima a ponto de passarmos o dia todo juntos conversando e dando risada, percebia que seria muito mais fácil se na minha frente estivessem sentado mil Calvos. Com ele eu era a pessoa que eu sempre quis ser.
   Dois dias antes da formatura Calvo estava completamente sem voz, mas nem precisava falar nada nos entendíamos somente com olhares, e foi no último dia da primavera que tudo aconteceu. Estávamos em uma praça alimentando os pombos e observando o movimento e mágico foi o momento em que nossos olhares se cruzaram e ali estacionaram. Não pude contar os segundos, pra mim pareceu uma eternidade, Calvo colocou sua mão em meu rosto, senti o calor de seus dedos entre meu pescoço e minha orelha, não sabia se tudo aquilo era real ou se eu iria acordar com o cheiro do chocolate quente da minha avó mais uma vez. Fomos nos aproximando cada vez mais e nos encostamos pelo nariz, curioso pensar que a parte mais gelada do rosto serviria de entrada para o sentimento mais quente que meu corpo já sentira, e então aconteceu. O tempo que durou foi exatamente o necessário para que fosse perfeito, senti que estava prepara para qualquer desafio. Tudo acabou com um sorriso recíproco e então ali ficamos o resto da tarde.
   No dia seguinte viu-se o primeiro sol do verão, de repente Portland parecia o lugar mais bonito do mundo, no fundo eu entendi que tudo era reflexo do meu estado de espírito. Ajudei nos preparativos da festa sempre ao lado de Calvo, já sem voz e sem cabelo devido aos processos quimioterápicos. A meu ver ele ficava mais charmoso sem cabelo, felizmente a maioria das meninas não achava o mesmo. O dia passou rápido, foi tudo muito corrido mas deu tudo certo, estava tudo preparado.
   Acordei bem antes do cheiro de chocolate exaurir pela casa surpreendendo a minha avó, comi o mais rápido que pude e corri para a escola, precisava encontrar Calvo e dar uma última revisada no texto. Procurei por toda a escola e não o encontrei, imaginei que ele estivesse muito ocupado se preparando para o evento. Então percebi que os pais de Calvo estavam conversando com o diretor, esperei eles terminarem e abordei-os perguntando onde poderia encontrar Calvo. Tristes e cabisbaixos eles responderam:
–  Calvo sofreu uma crise essa madrugada e precisou ser internado às pressas. Infelizmente ele não participará da formatura.
– Meus sentimentos – conclui roboticamente.
   Os pais de Calvo agradeceram e saíram. Eu sentei pra não cair, não acreditava no que estava acontecendo. Como eu iria fazer o discurso sem ele pra me apoiar, me senti impotente. Fui visita-lo no hospital, precisava vê-lo. Chegando lá não pude conter minhas lágrimas e chorei, ele sorrindo me perguntou:
– Por que está chorando?
– Você vai perder a formatura, não conseguirei sem você – respondi aos prantos.
– Ei! Prometa-me uma coisa – falou com autoridade, porém bem baixo e falhado.
– Prometa que vai voltar lá, fazer o discurso para todos e mostrar para eles quem é você. Isso não é importante só pra mim, é sua chance de mostrar para você mesma que é capaz. E depois disso tudo, prometa que você virá aqui fazer o discurso pra mim, posso perder a formatura, mas me recuso a perder você. – Falou com toda força que lhe restara no peito e dormiu.
   A enfermeira disse que era efeito do sedativo. Não me tranquilizou nem um pouco. Não consegui fazer nada além de chorar ainda mais, prometi e sai correndo. Agindo totalmente por impulso cheguei em cima da hora, subi no púlpito ofegante e comecei a falar. Foram minutos de tensão sobre os quais passei pensando somente em Calvo, não via a hora de sair correndo daí para ir ter com ele. Quando terminei, me vi chorando novamente junto a boa parte dos que assistiam, desci as escadas sobre aplausos e corri para o hospital. Naquele momento fazia tudo impulsionada pela vontade de vê-lo bem, lembro-me de pouquíssimas coisas, o calor do momento tomara minhas atitudes.
   Chegando ao hospital encontrei Calvo ainda dormindo, sentei-me ao seu lado e esperei que acordasse. Horas depois ele acordou devagar e me olhou dizendo:
–Agora você pode terminar de cumprir sua promessa.
   E então discursei para ele e vi o sorriso em seu rosto. Não chorava mais, estava muito feliz por tudo e só queria descansar. Ele me puxou para perto e deitou minha cabeça em seu peito, eu fechei os olhos e disse para que ele evitar falar. Como sempre ele não me deu ouvidos e disse:
– Quero ficar com você, não vou mais sair do país, tudo que eu quero eu já encontrei sem nem começar a procurar. Eu te amo.

   Depois de ouvir aquilo lágrimas saltavam do meu olho, mas minha face não esboçava reação, eu não precisava dizer nada, ele já sabia de tudo. Naquele momento senti mais uma vez o cheiro do chocolate da minha avó, aquele mesmo cheiro que me acordava todas as manhãs estava me despertando para uma nova vida, uma vida eterna ao lado do meu amor.


                                                                                                             Por Isaac Botossi Fonseca

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Entenda os motivos da alta do dólar e veja quem ganha e quem perde com isso.

Desde setembro de 2014 o dólar vem subindo de forma rápida e surpreendente, e cada oscilação da moeda norte-americana é sentida diretamente na vida dos brasileiros. A moeda ultrapassou o valor de R$ 3,00 pela primeira vez em 10 anos, e de acordo com especialistas o dólar vai continuar em um patamar elevado diante do cenário conturbado nacional e internacional. Muito embora a moeda americana tenha recuado nesta terçã-feira (11) 1,85%, o mês de agosto acumula alta de 0,53%, sendo que o anterior acumulou aumento de 10,16% e no ano, sem contar os meses de subida de 2015, a moeda acumula um crescimento incrível de 29%.

Mas por que essa escalada volátil se faz tão evidente na nossa economia ? Quais são os motivos para tamanha valorização cambial ? E de que forma os brasileiros sentem essas oscilações ? 

Impactos na economia.
Se engana quem pensa que a alta do dólar é um bicho papão no cenário nacional, na verdade a valorização da moeda norte-americana mais ajuda do que prejudica a economia brasileira. 
Quem se beneficia:
- As empresas de que exportam produtos estão vendendo muito mais caro, ou seja, gastam em real para fabricar e depois vendem em dólar, conseguindo assim obter um preço mais competitivo fora do país com uma margem de lucro elevada.
- A área turística também se beneficia da desvalorização do real, de forma que tem se tornado mais atraente aos turistas visitar o Brasil. Esse setor se beneficia de turistas internos e externos, uma vez que da mesma forma que os brasileiros pensam duas vezes antes de gastar em dólar, trocando uma viagem ao Havaí por uma à Fortaleza, os estrangeiros também são atraídos a visitarem um país onde o dólar está valorizado.
- A indústria nacional consegue ser mais competitiva no mercado interno beneficiando-se dos altos preços dos produtos importados. Vale ressaltar que as indústrias que precisam importar matéria prima ficam um pé atrás das que não precisam.
Quem sai prejudicado:
- Importadores perdem muito pois estão passando a pagar mais caro pelas importações e ainda tendo suas vendas bem como a margem de lucro reduzidas.
- Turistas com viagens agendadas estão tentando postergar ou ate mesmo vender suas passagens. Ficou ruim para os que já agendaram hotéis e guardaram dinheiro para compras, com o aumento do dólar sobe também a fatura do cartão de credito e IOF. (<<Saiba mais)
- Empresas com dívida em dólar têm um grande problema em mãos quando o assunto é valorização comercial da moeda dólar, o endividamento torna a imagem da empresa desvalorizada e as ações tendem a cair, isso sem falar dos juros impostos pelo Banco Central (BC) como explica a excelente matéria da exame.com que  você confere aqui.



Entenda agora os motivos da alta do dólar.

É fácil dizer que o real está desvalorizado no mercado internacional devido à crise interna, porém esse não é o principal motivo pelo qual estamos vendo o dólar acima dos R$ 3,00. Veja bem, até um tempo atrás o Brasil não sentia os impactos da crise da União Européia (2012), nesse panorama a moeda real estava valorizada com relação a outras moedas e isso é ruim, uma vez que dificulta a vinda de investimentos para o Brasil. Era nesse momento que deveria ocorrer a correção da valorização do real perante o mercado nacional, e isso não ocorreu, e como uma roda gigante, hoje nossa moeda encontra-se em uma posição diametralmente oposta.

Outro fator importante a ser considerado é o projeto de elevação dos juros dos EUA, isso faz com que os investimentos fiquem concentrados por lá valorizando assim o dólar em todo cenário mundial. Essa "fuga de dólares" do Brasil juntamente com o fortalecimento da economia americana, a crise política e financeira da Europa bem como a instabilidade politica e financeira do país contribui drasticamente com a alta do dólar.

Como já foi citado anteriormente, o câmbio nacional mostrou-se insustentável e a crise internacional que chegou ao brasil com status de marolinha veio precedida de uma avalanche. 

Existe também o chamado Risco-país que se resume em um índice que indica o grau de "perigo" que um país oferece a um possível investidor, tal índice é muito utilizado para os países emergentes e internacionalmente é denominado EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus).

Para o professor de economia da Universidade de Brasilia (UNB) Flávio Basílio não se pode deixar a moeda nacional valorizar tanto (como em 2012), pois quando ocorrem ajustes eles acontecem muito rápido e geram instabilidade. Na opinião de Basílio estamos observando uma repetição do que ocorreu em 1999, 2002 e 2003, período em que a moeda sofreu rápida desvalorização por causa de uma intervenção tardia do Banco Central na correção da moeda quando valorizada."A curto prazo a valorização da moeda ajuda a conter a inflação, mas gera a volatilidade do mercado quando isso acontece", disse Basílio.

Certo é que esse período de oscilações no câmbio atua positivamente e negativamente em vários setores da economia de forma simultânea e isso é normal, o problema é a velocidade com que isso ocorre, e que a alta da moeda americana é resultado de uma série de fatores que devem ser analisados em conjunto para um entendimento completo da situação.

veja também um vídeo explicativo.